KNN é um Utility Token: Análise da Legal opinion da Kanna, por Machado Meyer

Introdução

O mercado de criptoativos tem crescido exponencialmente nos últimos anos, trazendo oportunidades e desafios para empresas e investidores. No entanto, a classificação e regulamentação adequada dos tokens digitais são temas centrais para garantir a segurança dos usuários e o desenvolvimento sustentável do setor. No Brasil, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) tem estabelecido diretrizes claras para diferenciar tokens de utilidade (Utility Tokens) de valores mobiliários (Security Tokens), tornando essencial que empresas que emitem ativos digitais realizem um estudo aprofundado sobre sua natureza jurídica.

A Importância da Regulamentação no Mercado de Tokens

A regulação de tokens digitais é fundamental para trazer previsibilidade e segurança ao mercado. Um Utility Token regulamentado oferece garantias para investidores, empresas e consumidores, evitando riscos jurídicos e fortalecendo a confiança na tecnologia blockchain. A clareza regulatória permite que empresas inovem sem receio de entraves legais inesperados.

O Papel da CVM na Definição de Tokens de Utilidade

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) estabelece parâmetros claros sobre a classificação dos tokens. Segundo o Parecer de Orientação nº 40, tokens que não concedem participação nos lucros, não representam contrato de investimento e têm função específica dentro de um ecossistema não são valores mobiliários. Esses critérios são essenciais para a análise do KNN, que será explorada ao longo do artigo.

O Machado Meyer e a Validação Jurídica da Kanna

O Machado Meyer é um dos três maiores escritórios jurídicos do Brasil, com ampla experiência em regulamentação de produtos digitais e tokenização de ativos. O escritório já assessorou grandes empresas no setor de criptoativos, ajudando a definir estratégias jurídicas para garantir conformidade regulatória.

O parecer emitido pelo escritório conclui que o KNN atende a todos os requisitos de um Utility Token, reforçando sua legalidade e segurança para usuários e investidores.


A Importância de um Token Regulamentado

Segurança Jurídica e Proteção aos Investidores

Tokens digitais bem regulamentados garantem transparência para investidores e usuários, minimizando riscos associados à incerteza regulatória. O Parecer de Orientação nº 40 da CVM enfatiza que tokens que não envolvem expectativa de retorno financeiro gerado por terceiros não devem ser considerados valores mobiliários:

“Ativos digitais que servem exclusivamente para acesso a produtos e serviços específicos, sem gerar expectativa de rentabilidade, não se enquadram como valores mobiliários e não estão sujeitos à regulamentação da CVM.”

Diferenciação entre Utility Token e Security Token

A CVM destaca três fatores principais para diferenciar um Utility Token de um Security Token:

  1. Objetivo do Token – Se a principal função do token for permitir acesso a produtos e serviços, trata-se de um Utility Token.
  2. Geração de Renda Passiva – Tokens que oferecem participação em lucros ou retorno financeiro se aproximam de valores mobiliários.
  3. Dependência de Esforços de Terceiros – Se a valorização do token depende de uma entidade centralizada, ele pode ser considerado um Security Token.

Esses critérios são fundamentais para demonstrar por que o KNN é um Utility Token, conforme detalhado na análise jurídica do Machado Meyer.


O Parecer Jurídico do Machado Meyer e a Classificação do KNN

Antes de aprofundarmos na análise do parecer jurídico, é essencial entender o que distingue um Utility Token de um valor mobiliário no contexto brasileiro. Como mencionado anteriormente, a CVM e outras autoridades regulatórias avaliam aspectos como a finalidade do token, sua estrutura econômica e a forma como ele é utilizado dentro de um ecossistema.

A análise do Machado Meyer destacou três pontos principais que confirmam a classificação do KNN como Utility Token, garantindo sua conformidade regulatória e afastando qualquer enquadramento como valor mobiliário.

O KNN não representa participação, contrato de investimento ou valor mobiliário

Trecho do documento:

“O KNN não concede aos seus detentores qualquer direito de participação nos lucros ou patrimônio da Kanna, nem se caracteriza como um contrato de investimento coletivo.”

A classificação de um token como valor mobiliário depende de sua aderência ao conceito de contrato de investimento coletivo, conforme estabelecido pelo Teste de Howey e reforçado pelo Parecer nº 40 da CVM. Segundo este teste, um ativo será considerado um valor mobiliário caso envolva:

  1. Um investimento de dinheiro;
  2. Em uma empresa comum;
  3. Com expectativa de lucros;
  4. Derivado do esforço de terceiros.

Para que um token seja classificado como um valor mobiliário, a resposta para todos os quatro critérios acima deve ser positiva. No caso do KNN, a análise do Machado Meyer conclui que a maioria desses critérios não se aplica, afastando sua classificação como Security Token.

  • Investimento de dinheiro: Embora o KNN possa ser adquirido por meio de troca ou recompensas no ecossistema da Kanna, sua finalidade principal não é a captação de recursos financeiros para a empresa emissora.
  • Empresa comum: O KNN não concede qualquer participação acionária na Kanna ou em suas receitas.
  • Expectativa de lucros: A valorização do token não é garantida e não depende da performance financeira da Kanna.
  • Esforço de terceiros: O ganho de recompensas referente ao uso do KNN dentro da plataforma é definido pelo esforço dos próprios usuários, ao avaliar critérios de certificação ESG e não por esforço de terceiros.

Assim, fica evidente que o KNN não se encaixa na definição de valor mobiliário, reforçando seu caráter de Utility Token.

O KNN é um Token de Utilidade, Vinculado ao Ecossistema da Kanna

Trecho do documento:

“O KNN é utilizado exclusivamente dentro do ecossistema da Kanna para acesso a serviços, certificações e benefícios específicos da plataforma.”

O principal critério que define um Utility Token é a sua aplicabilidade dentro de um ecossistema específico. No caso do KNN, sua função está diretamente ligada ao uso dentro da Kanna, permitindo que seus detentores acessem serviços como certificações de sustentabilidade, verificação de processos produtivos e benefícios internos.

A legal opinion do Machado Meyer reforça que o KNN não tem como foco uma natureza especulativa, pois não é promovido como um ativo de investimento. Ele não gera expectativa de retorno financeiro, mas sim benefícios funcionais dentro da plataforma. Isso o diferencia completamente de um Security Token, que busca atrair investidores com a promessa de valorização futura.

O Sucesso do Token Depende do Ecossistema e de Seus Usuários, Não de Terceiros

Trecho do documento:

“Diferentemente de um valor mobiliário, cujo retorno financeiro depende do esforço de terceiros, o sucesso e a adoção do KNN dependem diretamente dos próprios detentores do token.”

No caso de valores mobiliários, os investidores esperam que uma entidade centralizada atue para garantir o retorno financeiro do ativo. O KNN não segue essa lógica, pois seu sucesso está diretamente relacionado ao uso pelos próprios holders dentro do ecossistema.

Um aspecto essencial que reforça essa característica é o sistema de recompensas da Kanna. As recompensas obtidas por meio da certificação de sustentabilidade dependem exclusivamente do esforço de cada holder, que deve verificar informações e responder questionários sobre os processos auditados.

Dessa forma, o retorno advindo do KNN não é derivado de esforços da Kanna como empresa, mas sim da participação ativa da comunidade. Esse modelo afasta completamente o token da definição de Security Token, conforme estabelecido pela CVM e pelo Parecer nº 40.

Além disso, essa estrutura reforça a ligação com o item 2 deste artigo, pois demonstra que as recompensas geradas vêm do uso do token e do esforço dos holders, e não de uma valorização externa promovida por terceiros ou pela empresa emissora.

Checklist de Conformidade

Com base nos critérios regulatórios analisados pelo Machado Meyer e nas diretrizes do Parecer nº 40 da CVM, o KNN atende a todos os requisitos para ser classificado como um Utility Token. Veja abaixo os principais pontos que sustentam essa conclusão:

 ✅ Não representa contrato de investimento coletivo – Não há promessa de retorno financeiro aos detentores.
Utilizado para serviços e benefícios internos da Kanna – Tem uma função clara dentro do ecossistema.
Não há expectativa de lucros atrelados ao esforço de terceiros – Seu valor depende exclusivamente de sua usabilidade na plataforma.
Não confere participação em patrimônio ou lucros da Kanna – Não concede direitos similares aos de ações ou investimentos tradicionais.
As recompensas obtidas dependem do esforço do próprio holder – Participação ativa é necessária para acessar benefícios.
Estrutura alinhada ao Parecer nº 40 da CVM – Segue as diretrizes estabelecidas para tokens de utilidade.

Essa análise confirma que o KNN é um Utility Token legítimo, garantindo sua conformidade regulatória e reforçando a segurança jurídica da Kanna e de seus usuários.


Benefícios da Classificação do KNN como Utility Token

A correta classificação do KNN como Utility Token não apenas garante conformidade regulatória, mas também fortalece o ecossistema da Kanna e gera benefícios diretos para seus usuários e investidores. Abaixo, destacamos os principais impactos positivos dessa categorização:

Regulação Clara e Segurança Jurídica

Uma das principais vantagens da classificação do KNN como Utility Token é a segurança jurídica que ele proporciona a seus detentores e ao ecossistema da Kanna. Com a validação do Machado Meyer e sua conformidade com as diretrizes do Parecer nº 40 da CVM, o token não está sujeito às mesmas regulações de valores mobiliários, evitando possíveis questionamentos regulatórios no futuro.

Além disso, essa clareza regulatória oferece um ambiente mais seguro para empresas que desejam utilizar o KNN em suas operações e para investidores que buscam tokens que sigam um modelo sustentável e dentro das normas legais. Evitar incertezas regulatórias significa minimizar riscos de compliance, garantindo que a Kanna possa operar sem interrupções legais inesperadas.

Maior Adoção e Integração ao Ecossistema

A classificação do KNN como Utility Token permite que ele seja integrado diretamente ao ecossistema da Kanna sem restrições legais que poderiam comprometer sua usabilidade. Isso significa que os holders do token podem utilizá-lo para acessar serviços exclusivos, como certificações de sustentabilidade, auditorias de práticas produtivas e outras funcionalidades da plataforma.

Essa integração aumenta significativamente a adoção e circulação do token, pois os usuários percebem valor real em sua posse, além de garantir que ele funcione como um verdadeiro instrumento de engajamento dentro da plataforma. O uso contínuo e orgânico do token fortalece sua relevância, garantindo que ele se mantenha como um ativo funcional dentro do ecossistema.

Outro ponto importante é que essa categorização permite que empresas parceiras da Kanna adotem o KNN em suas operações, ampliando ainda mais sua utilidade e aumentando sua demanda no mercado.

Evita Restrições Regulatórias da CVM

Tokens que são considerados valores mobiliários precisam seguir regulamentações rigorosas da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), o que pode limitar sua circulação e adoção. Como o KNN não se enquadra nessa categoria, ele não enfrenta as mesmas barreiras regulatórias que um Security Token, permitindo maior liberdade para ser negociado e utilizado.

Além disso, a categorização do KNN como Utility Token:

  • Evita exigências regulatórias rigorosas da CVM, como registro obrigatório e auditorias específicas;
  • Garante um modelo de negócios sustentável, pois a Kanna pode continuar expandindo o uso do token sem se preocupar com restrições legais complexas;
  • Facilita listagens em exchanges, pois tokens de utilidade têm menos barreiras para serem aceitos por plataformas de negociação.

Com isso, o KNN pode ser amplamente utilizado no Brasil e em outros países, desde que respeitadas as diretrizes regulatórias de cada mercado, permitindo uma expansão orgânica e saudável do projeto.

Abertura para Parcerias Estratégicas e Inovação

A segurança jurídica e a categorização adequada do KNN como Utility Token tornam o projeto muito mais atrativo para parcerias estratégicas com empresas, instituições e plataformas que desejam operar dentro de um modelo seguro e transparente. Empresas do setor de cannabis, ESG e blockchain podem se integrar ao ecossistema da Kanna de forma segura, sem temores regulatórios.

Além disso, o reconhecimento do KNN como um Utility Token fortalece a inovação dentro do ecossistema, permitindo que novas funcionalidades e aplicações sejam desenvolvidas para expandir seu uso. A Kanna poderá explorar novas formas de utilização do token, como sistemas de recompensa, benefícios exclusivos para holders e acesso a novas funcionalidades de certificação.

A validação jurídica do token também facilita a atração de investidores institucionais, que frequentemente buscam projetos regulamentados e alinhados com as normas de mercado para diversificar seus portfólios. Isso pode ampliar significativamente o crescimento da Kanna e consolidar o KNN como um dos tokens de utilidade mais relevantes do setor.


5. Conclusão

A classificação adequada do KNN como Utility Token não é apenas uma questão regulatória, mas um pilar fundamental para garantir segurança jurídica, transparência e crescimento sustentável do ecossistema da Kanna. A Legal Opinion do Machado Meyer, um dos maiores escritórios jurídicos do Brasil, reforça que o KNN não se encaixa na definição de valor mobiliário segundo os critérios do Parecer nº 40 da CVM e do Teste de Howey, afastando qualquer enquadramento como Security Token. Essa estrutura regulatória clara permite que o token seja amplamente utilizado dentro da plataforma, impulsionando a adoção, inovação e confiabilidade do projeto.Além de proteger investidores e usuários, essa categorização abre portas para novas parcerias estratégicas, garante um modelo de negócios sustentável e evita barreiras regulatórias que poderiam limitar sua aplicação. Com isso, o KNN se posiciona como um Utility Token legítimo e essencial para o ecossistema da Kanna, promovendo benefícios funcionais aos holders e permitindo um crescimento orgânico e estruturado dentro do mercado de criptoativos.

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